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29/09/2015

Educação Física - Jornal do Meio

Correr não é só sair correndo...

A FESB tira suas dúvidas

Até poucos anos atrás correr na rua era uma atividade pouco difundida. Normalmente, quem praticava corridas de rua eram apenas atletas da modalidade e havia certo preconceito, pois em sua maioria, esses corredores tinham origem humilde.

Atualmente a visão que se tem das corridas de rua é completamente diferente. Vemos pessoas de todas as classes sociais se integrando em eventos.

 Mas será que para correr basta uma planilha?

Na verdade existe uma ampla ciência atrelada à “simplicidade” da corrida. Nesse texto apenas serão apresentados alguns aspectos importantes pertinentes ao treinamento. 

É necessário seguir regularmente um programa de treinamento técnico?

Sim é necessário.

É difícil observar um corredor, seja amador ou de alto rendimento que não tenha erros técnicos. Em alguns casos notam-se falhas muito graves em diversas segmentações corporais. Isso pode gerar dores ou desconfortos ao longo do tempo, além de gerar uma necessidade maior de energia por unidade de tempo ou distância percorrida, ou seja, menor economia de corrida. O treinamento técnico é ainda negligenciado pela maior parte dos praticantes.

O tipo de pisada: Alterações de pisada podem influenciar o desempenho?

 Sim claro. Basicamente, uma pessoa pode ter pisada pronada, supinada ou neutra. É importante avaliar cada tipo de pisada. Correções são necessárias se houver alterações importantes na pisada e na característica do contato do pé com o solo. Essas correções podem envolver aspectos técnicos e até a necessidade de exercícios específicos para a musculatura envolvida no ciclo da passada e pisada. As alterações das pisadas podem levar a dores em médio prazo.

 Devo seguir fielmente a planilha de treino?

A planilha de treino por si só não significa muita coisa. Você pode encontrar um monte de planilhas em revistas e na internet, uma mais colorida do que a outra.

O que realmente importa é que o treinador encontre os ajustes individuais necessários para que seu aluno chegue ao objetivo desejado. O fundamental é a prescrição de um treino levando em conta a individualidade do praticante (antropometria, gênero, idade, histórico, objetivos, disponibilidade de horários entre outras) e principalmente os ajustes realizados.

Quais parâmetros são importantes na organização do treino?

Treinar muito ou treinar certo? Quantidade não significa que você está fazendo o melhor. Deve-se saber organizar os ciclos com quantidades e intensidades corretas. Muitas vezes você alcança ótimas performances com treinos mais curtos e bem organizados. O repouso entre as sessões também é parte integrante do planejamento. É comum ver corredores piorarem suas marcas simplesmente porque não seguiram a orientação de descansar.

Overtraining não é bom, acredite !

Quanto mais correr melhor?

A questão metabólica está diretamente envolvida com a saúde. Até o que é bom quando em excesso, faz mal. Queremos correr pela saúde. Exagerar na quilometragem pode aumentar a quantidade radicais livres. O aumento dessas moléculas é causado pelo excesso de treinamento com característica aeróbia. O organismo possui seus mecanismos de compensação e existem nutrientes antioxidantes, mas quando o exagero é alto esses mecanismos não dão conta e o indivíduo pode vir a sofrer as consequências.

E se meu treinador mora longe?

Não tem jeito, o acompanhamento tem que ser presencial. Essa conversa de treinador que mora num estado e manda planilha pro seu atleta em outro, não cola. Técnico é aquele que acompanha o seu atleta, que altera seu treino de acordo com necessidades e imprevistos, que sente a condição emocional, que conhece as características técnicas e táticas. Me desculpem, se não for assim, não é técnico. Imagine um time de futebol ou basquete sendo treinado à distância... “Ah ! são coisas diferentes” podem dizer.

 Não são não ! Os itens citados anteriormente só funcionam na presença do profissional.

Crianças podem participar de programas de treinamento de corridas de longa distância?

A resposta é muito simples: NÃO! Corridas de longa distância representam um tipo de habilidade que não oferece quase nenhum ganho para crianças, pensando em suas necessidades. A criança deve correr sim, em suas brincadeiras, atividades na educação física escolar e atividades indicadas à idade. A corrida contínua não é indicada, pois a criança deve desenvolver o máximo das habilidades motoras fundandamentais, o que não acontece se a criança praticar corrida de forma contínua. Infelizmente, é comum vermos ex atletas ou amantes do esporte, sem conhecimento científico, treinando crianças para correrem provas de rua.

Isso é muito perigoso! Pode gerar um estresse psicofísico tirando o prazer pela prática esportiva. Trabalhar com crianças é coisa muito séria, Tem que ter muito conhecimento para lidar com o público infantil.

 

Tiago Leoni Capel

Professor de educação física. Especialista em bioquímica pela Unicamp. Mestre em ciências pela Universidade Federal de São Paulo. Técnico de Atletismo. Professor da FESB.

 

ÁREA DE ATUAÇÃO

Bacharelado em Educação Física Física

O bacharel em Educação Física exerce atividades em clubes, spas, centros de treinamento, hotéis, clínicas e centros de saúde, atuando como personal trainer,  técnico esportivo ou preparador físico com a função de elaborar o programa de exercício acompanhando e supervisionando a atividade nas áreas da avaliação física, esportes , qualidade de vida, recreação e atividades adaptadas.

 

Licenciatura em Educação Física

O profissional licenciado em Educação Física poderá atuar em todos os níveis de escolaridade da Educação Básica, nas redes de ensino particulares, municipais e estaduais, ministrando a disciplina Educação Física e/ou aulas de iniciação esportiva no desporto escolar.

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